É comum que as primeiras curiosidades ou perguntas deixem os pais embaraçados. O importante é ser honesto e ter a coragem para responder ou confessar o que não sabe, caso seja necessário. A perturbação emocional, a irritação, o constrangimento moral e as mudanças de expressão com que os adultos acolhem as perguntas infantis sobre sexo intrigam as crianças, fazendo-as fixarem-se no que estão vendo. A criança se perturba também, evitando novas perguntas e desenvolve a idéia de que sexo é assunto melindroso e vergonhoso. As crianças buscam informações fora de casa porque os colegas são muito mais naturais e realmente explicam tudo (mesmo que expliquem errado). Eles falam seriamente, pensativos, discutem e não ficam constrangidos. Crianças mal preparadas em casa ficam desprotegidas contra “as informações inadequadas” de outras fontes. Não se deve esquecer de que a criança entra em contato com outras pessoas, TV, etc., e que recebe informações a respeito de sexo. Isso possibilita que ela compare as informações já recebidas com as dos pais. Ao responder perguntas, a honestidade é fundamental, pois a confiança que a criança deposita nos pais não deve ser traída nem sofrer desapontamentos. Os livros são ajuda importante para os pais, dão base para os conhecimentos que poderão ser interpretados para as crianças. Na adolescência, a orientação sexual é quase sempre oferecida por meio da leitura de livros. No entanto, as informações obtidas nos livros também podem trazer dificuldades de compreensão ao surdo, pois o vocabulário, na maioria das vezes, é técnico ou não faz parte do seu cotidiano. Deve-se explicar, detalhar, simplificar as informações. Eles querem fatos concretos sobre o funcionamento do corpo, o que faz, quando e como faz. Os pais devem saber que as crianças e jovens com alguma deficiência apresentam as mesmas manifestações sexuais observadas nas crianças e jovens considerados normais. A diferença está no fato de que os portadores de deficiência, muitas vezes, não têm noção de quando, onde e como devem ser manifestadas as atividades sexuais, como a masturbação, por exemplo. Além das informações, deve-se falar sobre as sensações físicas que podem sentir. Isso irá prepará-los a entender essas reações como naturais. A harmonização da sexualidade do surdo pode ser dificultada, ainda, devido a fatores ligados a própria deficiência como: nível de comunicação, curiosidade não satisfeita, perguntas sem respostas, percepção visual acurada, dificuldade em compreender e explicar sentimentos e dificuldades no controle do ambiente. Em suma, as atitudes dos pais em relação à orientação sexual da criança surda devem ter como base os seguintes pontos:
· dar respostas simples e com naturalidade; · ser verdadeiro; · aproveitar oportunidades espontâneas; · usar linguagem acessível e inteligível para a idade; · não insistir no assunto; · evitar excesso de ensinamento; · começar por qualquer tema, conforme o interesse da criança; · ambos os pais podem ensinar; · respeitar a intimidade e privacidade do filho; · informar sobre o seu comportamento sexual, com o objetivo de facilitar a adequação.
O interesse por temas dessa natureza surge da compreensão que preparar sexualmente a criança é fundamental para a formação de uma personalidade sadia e equilibrada. Os pais devem ter consciência de que não se determina idade para o início da orientação sexual. No lar, a confiança é a sua base, unida ao respeito e ao carinho.
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